As coisas em ordem …

perso6Post (0245)

Os grandes antigos, quando queriam propagar altas virtudes, punham seus Estados em ordem.

Antes de porem seus Estados em ordem, punham em ordem suas famílias.

Antes de porem em ordem suas famílias, punham em ordem a si próprios.

E antes de porem em ordem a si próprios, aperfeiçoavam suas almas, procurando ser sinceros consigo mesmos e ampliavam ao máximo seus conhecimentos.

A ampliação dos conhecimentos decorre do conhecimento das coisas como elas são (e não como queremos que elas sejam).

Com o aperfeiçoamento da alma e o conhecimento das coisas, o homem se torna completo.

E quando o homem se torna completo, ele fica em ordem.

E quando o homem está em ordem, sua família também está em ordem.

E quando todos os Estados ficam em ordem, o mundo inteiro goza de paz e prosperidade. (Mestre Confúcio)

NG Canela – Janeiro de 2013




Nivelando por baixo

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Post (0223)

O mundo divide-se em pessoas boas e más. As boas têm um sono tranqüilo. “As más divertem-se muito mais.” (Woody Allen)

– Essa frase só está aqui por causa de quem a criou. É preciso saber quem é Woody Allen para entender a ironia da frase. Além disso, a escolha é sua entre ter sono tranqüilo ou divertir-se. Eu prefiro o sono tranqüilo. Chamar de “ideologia” uma frase de humor é demais.

– A ironia é um perigo. Se eu fosse presidente colocaria obrigatórios os dizeres: “Atenção isto é uma Ironia. Na persistência dos sintomas, um médico deverá ser consultado”. E eu não estou sendo irônico… Em um país dominado por pocotós acho que devemos tomar sim, mais cuidado com o que dizemos e distribuímos, afinal, tem gente grande que acha que batatinha quando nasce, se esparrama pelo chão.

Deixando de lado a questão do patrulhamento ideológico (aí sim cabe “ideologia”), o que mais me incomodou nessa situação foi a insinuação dos comentários: nivele-se pelos pocotós. Não use ironia, não escreva coisas que eles possam interpretar mal… Esse é exatamente o método utilizado pelos políticos para controlar a população: a infantilização dos discursos, a redução das questões ao mínimo divisor comum, a absoluta falta de provocação ao pensamento crítico. Tratando os interlocutores como imbecis. Mas mais que isso, apontando para uma atitude, se seu interlocutor é um imbecil, seja também um imbecil.

Não dá, quando penso em escrever um texto, ou até mesmo quando escolho minhas leituras, filmes e outros produtos culturais, tenho em mente a informação contida e o esforço mental que será exigido do leitor, ouvinte ou espectador para compreendê-la.

Se a informação contida é nenhuma, não perco meu tempo. Se a informação contida é relevante, mas não exige nenhum esforço para ser compreendida, até invisto algum tempo no produto, mas sem muitas expectativas. Agora, quando a informação contida é relevante e exige algum esforço para ser compreendida, mergulho de cabeça. Tenho certeza que assim estarei praticando meu fitness intelectual, forçarei a musculação cerebral até o limite, sairei do exercício extenuado, mas com a certeza de que subi de nível.

Se a alternativa é permanecer imbecil, to fora.

Texto de Luciano Pires – Resumido – NG Canela – Dezembro de 2013