A procura da justiça

A raposa e a onsa 1Post (0234)

Uma onça tinha caído em um buraco e não podia sair de lá.
Ao ver uma raposa passando a onça pediu: – Ajude-me a sair daqui!
A raposa respondeu: – Isso eu não faço, se eu te ajudar a sair, tu me comes!
A onça quis negociar e continuou pedindo.
Então a raposa perguntou: – O que é que tu vais fazer se eu tirar dai?
A onça respondeu: – Te faço justiça.
– Então, tu não me comes?
– Eu te faço justiça, já disse!
A raposa, então, pendurou o rabo no buraco e a onça segurou-o e assim que a onça se viu livre, quis comer a raposa.
E esta se defendeu, perguntando: – Ora, que justiça é esta?
A onça replicou: – Eu tenho o direito de te comer, pois estou com fome.
A raposa insistiu: – Isto não é justiça, vamos procurar justiça.
Então, de acordo, foram andando e encontraram um cachorro. Perguntaram a ele o que é justiça, e contaram o caso.
O cachorro disse: – A justiça é comer o que se tem!
E a raposa mais que depressa, falou: – Então, coma ele, pois é mais gordo do que eu.
Mas o cachorro, esperto, pulou a cerca que estava perto e fugiu. A onça e a raposa continuaram a procurar alguém que definisse, no caso, o que é justiça. Ninguém, porém, sabia com certeza.
Até que encontraram uma coruja e indagaram a dela o que é justiça. Ela declarou que precisava ver como foi a situação e pediu para que reconstruirem o caso desde o seu início. Voltaram os três para a cena inicial e ai a onça pulou para dentro do buraco, para mostrar como tudo começou.
E a coruja, pensou um pouco e então sentenciou: – A justiça está nisto: a onça fica onde está e a raposa segue o seu caminho.

Esta história foi contada por um “preto velho”, Lúcio Lenis, originário de Leopoldina, em Minas Gerais e que residia em 1961, em Ribeirão Claro no Estado do Paraná.

“Em muitas situações a melhor solução é deixar tudo com está.” (NG).>

NG Canela – Dezembro de 2013




A fábula da formiga

Post (0182)
 – Todos os dias, uma formiga chegava cedinho ao escritório e pegava duro no trabalho. A formiga era produtiva e feliz.
– O gerente besouro estranhou a formiga trabalhar sem supervisão. Se ela era produtiva sem supervisão, seria ainda mais se fosse supervisionada. E colocou uma barata, que preparava belíssimos relatórios e tinha muita experiência, como supervisora.
– A primeira preocupação da barata foi a de padronizar o horário de entrada e saída da formiga.
– Logo, a barata precisou de uma secretária para ajudar a preparar os relatórios e contratou também uma aranha para organizar os arquivos e controlar as ligações telefônicas.
– O besouro ficou encantado com os relatórios da barata e pediu também gráficos com indicadores e análise das tendências que eram mostradas em reuniões. A barata, então, contratou uma mosca, e comprou um computador com impressora colorida. Logo, a formiga produtiva e feliz, começou a se lamentar de toda aquela movimentação de papéis e reuniões!
– O besouro concluiu que era o momento de criar a função de gestor para a área onde a formiga produtiva e feliz, trabalhava.
-O cargo foi dado a uma cigarra, que mandou colocar carpete no seu escritório e comprar uma cadeira especial..
– A nova gestora cigarra logo precisou de um computador e de uma assistente a pulga (sua assistente na empresa anterior) para ajudá-la a preparar um plano estratégico de melhorias e um controle do orçamento para a área onde trabalhava a formiga, que já não cantarolava mais e cada dia se tornava mais chateada.
– A cigarra, então, convenceu o gerente besouro, que era preciso fazer um estudo de clima.
– Mas, o besouro, ao rever as cifras, se deu conta de que a unidade na qual a formiga trabalhava já não rendia como antes e contratou a coruja, uma prestigiada consultora, muito famosa, para que fizesse um diagnóstico da situação. A coruja permaneceu três meses nos escritórios e emitiu um volumoso relatório, com vários volumes que concluía : Há muita gente nesta empresa!!
– E adivinha quem o besouro mandou demitir?
– A formiga, claro, porque ela andava muito desmotivada e aborrecida.
Texto de autor desconhecido. NG Canela – Junho de 2012