Educação à francesa

Crianças não jogam comida foraPost (0099)

A escritora americana Pamela Druckerman que mora e tem filhos na França, no livro “Crianças francesas não jogam comida fora”tenta explicar porque as crianças francesas são mais educadas que as americanas e inglesas, porque dormem a noite, respeitam os horários das refeições e comem bem. Segundo ela, os pais não gritam e os filhos são calmos, pacientes e capazes de lidar com frustrações.
Quando vemos os franceses com seus filhos temos realmente a impressão de que educar é fácil. Eu nunca vi meus amigos franceses perderem a cabeça com seus filhos. Sempre me chamou a atenção como as crianças francesas são disciplinadas. Elas também são comunicativas e educadas. Quase sempre dizem “por favor”, “obrigada”, “me desculpe”.Um dia eu estava em uma padaria e entraram uma mulher e sua filha que devia ter uns três anos. A mulher disse boa noite ao padeiro, como a menininha não falou nada, a mãe disse baixinho, sem se irritar, “eu não te escutei” e a menina imediatamente disse “bonsoir monsieur”.
Tenho um casal de amigos que tem três filhos. O mais velho, de cinco anos, é engraçado e extrovertido. Em seu aniversário, uma amiga brasileira da mãe ofereceu um pacote de balinhas e disse, já esperando uma crise, que ele só podia comer depois do jantar. Ele respondeu calmamente, “então vou pedir para meu pai guardá-las”.
De tanto observar cenas como esta, eu acho até que entendi o que acontece com as crianças do Brasil. Os franceses, em geral, não têm problemas em cumprir regras e por isso, não têm dificuldades em aplicá-las. Tanto adultos quanto crianças têm horários e os respeitam, dizem “por favor” e “obrigado”, não comem entre as refeições e se sentam à mesa para comer de maneira disciplinada.
Além disso, eles vivem numa sociedade onde as regras são, em geral, respeitadas. É fácil educar seu filho sabendo que mais tarde ele não vai ter que se perguntar porque ele é o único que respeita as regras.
Em uma sociedade como a brasileira, o problema nem é saber impor limites, mas saber onde eles estão! Como dizer que as regras devem ser respeitadas quando se vive na anarquia total?
Pelo menos uma coisa é certa ao ver os franceses com seus filhos, podemos ter certeza que impor limites e regras é positivo e possível sem perder a cabeça. Depende mais dos adultos do que das crianças.

Pamela Druckerman é a autora de Bringing Up Bébé, que foi publicado no Reino Unido, sob o título “Crianças francesas não jogam comida fora”, (French children don’t throw food). Além das idéias parentais e inspiração, o livro contém comentários sobre de creches parisienses (elas são deliciosos também para os adultos ) com ilustrações do fabuloso Margaux Motin. Como dizem os franceses, não Pamela Druckermanexistem receitas para criar filhos, existem alguns princípios orientadores.

Texto de Ana Carolina Peliz, jornalista, mora em Paris a cinco anos onde faz um doutorado em Ciências da Informação e da Comunicação na Universidade Sorbonne Paris IV.

NG Canela – Fevereiro de 2013




Metade dos alimentos vira lixo.

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– Um estudo publicado pelo Instituto de Engenharia Mecânica do Reino Unido calculou a quantidade de alimentos desperdiçados no mundo. Chegando a estimativa de que entre 1,2 bilhões e 2 bilhões de toneladas de comida são jogados fora todos os anos. O que representa entre 30% e 50% da produção de alimentos mundial.
– O desperdício acontece tanto nos países em desenvolvimento quanto nas nações mais ricas do planeta. Nos países desenvolvidos, o desperdício acontece por culpa da “cultura de consumo”. Os supermercados rejeitam ou jogam fora alimentos perfeitamente comestíveis que não apresentam determinadas características, ou não atraírem o consumidor. Quanto a este, o desperdício acontece porque muitas vezes ele adquire uma quantidade excessiva que não serão consumidos e vão direto para o lixo.
– Nos países mais pobres, o desperdício acontece por conta de práticas defasadas de produção agrícola, estoque e transportes. Mesmo países que estão passando por rápido crescimento, como a China, perdem alimentos. A China perde 45% da sua produção de arroz, por conta de infra-estrutura ruim. (No Brasil, nem falaram!).
– Além da perda de alimentos, foi identificado o problema da água, cerca de 550 bilhões de metros cúbicos são usados para produzir alimentos que nunca chegam aos pratos da população. Como a demanda por alimentos o consumo de água potável deve aumentar nas próximas décadas, temos que nos preparar para enfrentar o problema.
– Muitos perguntam o que eu posso fazer para ajudar o meio ambiente e a vida no planeta.
– Está aí uma boa tarefa para qualquer ser humano, não jogue comida fora, compre só o necessário, se sobrou dê a quem precisa.
-Você não só estará ajudando a matar a fome no planeta, como também reduzindo a necessidade de retirada desnecessária de recursos naturais.
Texto resumido, revista Época 01/2013 – NG Canela – Junho 2013