Síndrome do retrovisor

retrovisor 1Post (0041)

– Muito se fala sobre as novas tecnologias e seus usos no meio digital.

– E todos os dias somos bombardeados com notícias sobre experiências bem sucedidas na área on-line, desde empresas que colocam a seu favor de maneira criativa as funcionalidades da Web 2.0, como pessoas comuns se tornam astros da noite para o dia. O crescimento exponencial das empresas 100% digitais que fazem negócios on-line e que já são páreo entre as maiores e tradicionais empresas globais.-O que espanta não é o avanço conquistado por essas empresas e pessoas, e sim que muita gente ainda olha para tudo isso com certo desdém, como se o que está acontecendo fosse uma grande mentira.

– Na década de sessenta já se discursava sobre questões como o futuro das comunicações e do trabalho, do livro, a participação do telespectador frente à televisão, sobre o futuro do jornalismo, profetizando a participação do cidadão comum na criação e gestão da noticia, observando o ambiente que se formava mesmo sem que as pessoas percebessem – Hoje, com a rapidez das transformações causadas pelas tecnologias, parece incompreensível que ainda exista alguém descrente de um “futuro” que não tem volta.

– Porém, precisamos entender sobre o comportamento natural das pessoas frente às novas tecnologias: “É típico em nossa orientação retrovisora que olhemos para todas essas novas tecnologias como se fossem reflexos da velha tecnologia. Há tempo as pessoas, ao se depararem com cada nova tecnologia, a retraduzem para a tecnologia antiga.Todos vocês conhecem exemplos disso. Os primeiros automóveis foram feitos com porta-chicotes…”

– Ao adaptarmos as novas tecnologias aos velhos padrões, perdemos a oportunidade de tirar o melhor proveito delas. E é aí que os mais antenadas tiram vantagens significativas, inovando e aproveitando o melhor do momento em que estão inseridas.

– O fato é que diariamente nos deparamos com pessoas e empresas que vivem a “Síndrome do Retrovisor”.

– E você, conhece alguém com esta síndrome?

Texto de Raquel Costa, resumido – NG Canela – Novembro 2009




O cronômetro de Taylor

Post (0031)

Ele circulava pela fábrica portando um indefectível cronômetro. Quando lhe perguntavam o que fazia, respondia: “Estou medindo o grau da eficiência”. O cronômetro de Frederick Taylor (engenheiro americano que viveu entre os anos 1856 e 1915, considerado o pai da administração científica) não media apenas o tempo, ele calculava a relação entre o trabalho realizado e o volume de recursos utilizados, inclusive o tempo, o mais escasso dos recursos. O início do século 20 foi um período de espetaculares acontecimentos. Foi a era da introdução do automóvel, do telefone, do surgimento de uma nova física que dividiu o átomo, da aceitação do inconsciente humano. O mundo nunca mais foi o mesmo depois daqueles anos.

Foi nesse período que alguns homens, Taylor entre eles, lançaram as bases para a criação de uma nova ciência: a administração. No dizer de Peter Drucker, essa foi a mais importante de todas as invenções, pois foi ela que viabilizou as outras. E, entre seus primeiros conceitos, encontramos a eficiência, a capacidade de atingir resultados crescentes com economia de recursos.

O tempo passa e a ideia da eficiência só se fortalece. A sustentabilidade, por exemplo, é descendente dela. Precisamos continuar produzindo, mas sem desgastar o planeta. E, acima de tudo, precisamos acertar nosso ritmo pessoal com o do mundo, pois parece que este ficou parecido com o coelho da Alice, que repetia sem parar “Estou atrasado, estou atrasado”. O mundo ficou mais rápido e fez surgir um novo tipo de patrão e de cliente, mais apressado e menos paciente. Nas empresas não precisamos só fazer mais com menos, mas mais rápido.

Sim, o cronômetro do Taylor continua ligado, mas alguma coisa mudou. Ele agora não mede a velocidade da tarefa, e sim o uso racional do tempo. O que interessa mesmo não é quanto tempo você gastou e sim como você o utilizou. Observe se você se organizou, respeitou a agenda e antecipou as urgências.

Quem percebe isso tem uma vantagem sobre os demais: usa o tempo a seu favor e no final do dia pode ir para a academia, para o clube ou para o cinema, sem culpa.

Texto de Eugenio Mussak (eugenio@ssdi.com.br) – NG Canela – Setembro de 2009