Feedback – O caso do Feijão queimado

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O feedback é uma das mais poderosas ferramentas motivacionais do sistema de gestão com pessoas. Através dele o empregado, numa conversa franca com seu superior e num clima de transparência e respeito, tem oportunidade de ficar sabendo de que maneira anda seu desempenho. O problema é que esta não é uma prática muito comum nas organizações. A grande maioria trabalha anos e anos a fio, na maioria das vezes em um mesmo emprego e com uma mesma supervisão sem nunca ter ouvido um único comentário sobre o desenvolvimento do seu trabalho.

Um fato real ocorrido há algum tempo atrás no ambiente familiar de um colega de trabalho talvez venha a elucidar o fato.

“Três filhos pequenos, ele e a esposa, apertados de trabalho, perdem a empregada doméstica que cuidava da casa.Tiveram que se virar!

Durante um bom tempo foi uma verdadeira luta, um corre-corre danado: levar e buscar crianças na escola, almoço para fazer, roupas sujas para lavar, faxina na casa e mais um monte de problemas.

Depois de muito procurar, conseguiram uma substituta que parecia adequada. Reuniram os filhos e baixaram um decreto: estava proibido reclamar do trabalho da empregada, não queriam correr o risco de perdê-la. E a vida voltou à normalidade.

Logo surgiu um problema, a criatura tinha vindo da roça e não estava acostumada com as modernidades da cidade. Fogão a gás e panela de pressão, que para ela era uma verdadeira novidade! O que ela conhecia era o fogão a lenha e o caldeirão e não aquela maldita chama azul e aquela panela esquisita que mais parecia uma maria-fumaça! Resultado: o feijão sempre saía queimado!

No primeiro dia ela passou um aperto danado; quando colocou a tigela de feijão na mesa, o cheiro forte de queimado exalou pelo ar. Pensou que ia perder o emprego, mas simplesmente não aconteceu nada. Pai, mãe e filhos, temerosos do risco de perder a empregada se reclamassem, olharam uns para os outros e ficaram todos calados. Melhor comer feijão queimado do que voltar àquele inferno do passado.

Os dias foram passando e o feijão, sempre queimado. Como os patrões sempre estavam de cara bons e nunca reclamavam, foi ficando relaxada. Mas não conseguia entender por que eles não reclamavam. Um belo dia resolveu trocar umas idéias com a uma colega da vizinhança que tinha mais experiência e talvez pudesse entender o que se passava. Conversa vai, conversa vem, comentou:

-Sabe amiga, desde que eu comecei a trabalhar nesta casa não acerto a mão para cozinhar feijão ele sempre queima! Por não conseguir mexer naquele fogão de lata e naquela maldita panela maria-fumaça! O mais engraçado é que eu nunca vi patrões com um gosto tão esquisito! Eles adoram comer feijão queimado! Nunca reclamaram!

E a conversa continuou sem que a colega também conseguisse ajudá-la a esclarecer o impasse. Interessante é que elas não perceberam que os patrões do feijão queimado despropositadamente tinham ouvido a conversa. Era tudo que eles precisavam ouvir!

No outro dia recebeu o feedback dos patrões. Com muito jeito, convocaram-na para uma conversa e disseram que na verdade não gostavam de feijão queimado e se propuseram a ensiná-la como trabalhar com aquela maria-fumaça que tanto estrago tinha causado!…

Depois de algum tempo e algumas lições práticas, a doméstica tornou-se uma exímia operadora de panela de pressão e fogão a gás!”

Muitas vezes não percebemos, mas acontecimentos do nosso dia a dia podem nos trazer valiosas lições para a vida profissional. E você no seu trabalho? Será que anda fazendo ou comendo feijão queimado!?…

Autor desconhecido – NG Canela – Junho 2013

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Autor: Norberto Geraldi

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