Qual é o seu problema?

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Minha trajetória é marcada por iniciativas empreendedoras. Trabalhei com meu pai, com amigos e também estive desempregado, o que me levou a novamente empreender – desta vez por necessidade, e não por oportunidade.
Ao longo dos anos enveredei por negócios em diversos segmentos. Em alguns, prosperei e me diverti. Em outros, capitulei e me entristeci. (Tom Coelho).

Falar sobre sucesso é relativamente simples e até fácil. Porém, pouco instrutivo. Embora a maioria dos livros, entrevistas e depoimentos procurem sempre exaltar o êxito dos protagonistas, há lições inestimáveis oriundas das histórias de fracasso.

“Felicidade não é ausência de problemas. A ausência de problemas é o tédio. A felicidade são grandes problemas bem administrados” (Michael Jansen).

Experimentei o prazer de estar no topo e a dureza do fundo do poço. E notei que era a hora de parar e mudar quando problemas ruins passaram a habitar não apenas meu cotidiano e meus pensamentos, mas também meus sonhos.
Até finalmente me estabelecer fazendo o que gosto.

Nos tempos difíceis eu sabia que problemas me aguardavam. Eram situações litigiosas, desagradáveis e até terríveis. Hoje, é claro que continuo cercado por problemas. Mas são bons problemas.

Por isso, comece a refletir. O que incomoda você? É a mobilidade urbana, é o tempo que você despende para ir e voltar ao trabalho, são as suas atribuições enfadonhas e desalinhadas de seus propósitos pessoais, são questões afetivas ou financeiras?

Responda francamente: o problema está na família, no trabalho, nos outros ou em você?

Todo problema tem solução, desde que bem identificado. E toda solução passa invariavelmente por sua decisão pessoal. Você controla seus pensamentos, amadurece suas emoções e decide sair da zona de conforto, abandonando o comodismo e o conformismo, buscando soluções em lugar de culpados. Dê aos problemas a dimensão que efetivamente devem ter.

Seja flexível nos acordos, tolerante nas decisões, paciente com as respostas.
Texto de Tom Coelho – resumido – NG Canela – Outubro de 2013




A vida sem celular

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O meu celular foi furtado, conta Tom Coelho. Eu terminara de ministrar uma palestra e atendia a alguns participantes, quando alguém subtraiu o aparelho que estava dentro da minha mala executiva. Mais ainda, o meliante, também retirou da minha carteira todo o dinheiro exceto documentos e cartões.
Fui dar por conta do ocorrido uma hora depois. E, honestamente, gostaria de encontrar o protagonista para prestar-lhe toda a minha gratidão!

Simplicidade.
Após comunicar a operadora e bloquear o aparelho,  fui a um shopping para adquirir uma nova carteira. A minha não fora furtada, mas poderia tê-lo sido. E ao analisar seu conteúdo, desprovido de dinheiro, topei com diversos cartões bancários e de empresas, além de documentos de porte não obrigatório – para que carregar tudo isso?
Cheques não são mais utilizados, título de eleitor só tem serventia a cada dois anos, cartões de fidelidade podem ser acessados pelo CPF. Era preciso esvaziar aquela carteira que, de tão magra, precisou ser substituída.
Hoje só carrego a habilitação, o cartão do convênio médico, um cartão do banco. E isso nos conduz a uma importante reflexão: precisamos resgatar a simplicidade.

Estupidez corporativa.
A tarefa de repor o celular, parecia fácil, ao menos para mim, pois eu sabia exatamente o que desejava: o mais barato. Porém, no momento de fazer a habilitação, um problema: o serviço estava bloqueado.
Ocorre que quando fiz o plano corporativo, adquiri também um modem para acessar a rede através de meu notebook. Entretanto, o aparelho não funcionava. Ao acionar a operadora, insistiam que eu deveria procurar o fabricante do modem! Após quase um ano sem solução e pagando por um serviço que não utilizava, cancelei-o. Contudo, a operadora insistiu na cobrança gerando um débito indevido, despropositado e ilegal.
Dentro deste contexto, ou eu pagava por um débito injusto, ou não teria meu número de volta. Fiquei com a segunda opção, entrando para a restrita família “dos sem celular”.
Registre-se a incompetência da empresa de telefonia. Primeiro, ao não reconhecer e buscar solucionar o problema. Segundo, por obstar a habilitação do novo aparelho, perdendo receita e o cliente. Terceiro, por conquistar o direito a uma ação judicial. Não tem jeito: empresas continuam sendo péssimas amantes de seus clientes. Lutam para conquistá-los, mas não em mantê-los.
No celular adquirido habilitei um chip pré-pago. Hoje, mantenho o aparelho desligado, para utilização exclusiva em caso de emergência.

Liberdade.
Vamos deixar claro, adoro tecnologia e também aprecio demais a praticidade, a ponto de instalar uma fechadura digital só para não ter que usar chave para entrar em casa. Estamos nos tornando escravos cibernéticos, com uma dependência patológica da tecnologia.
Acho um despropósito ver como os smartphones tomaram conta do cotidiano, isolando as pessoas do mundo real, virtualizando as relações, minando o diálogo. E você sabe disso, pois está cansando de ver as corriqueiras cenas de pessoas em volta de uma mesa de bar sem conversar, apenas dedilhando em suas minúsculas telas.

– Viver sem celular fortaleceu meu instinto de planejamento, agora agendo compromissos, organizo-me para comparecer, saio com Celular 4antecedência ou comunico previamente um eventual atraso. Trouxe-me segurança e serenidade, pois não sou interrompido em reuniões ou quando estou no trânsito. Permitiu-me a liberdade de ser dono do meu próprio tempo e não refém das demandas de outrem. Ademais, proporcionou-me momentos de intimismo, quando fico imerso em meus próprios pensamentos.
Céticos de plantão e profissionais que notadamente dependem da comunicação instantânea e em tempo integral dirão que é balela.

E eu lhes direi que, ainda assim, precisam aprender a desligar seus dispositivos móveis algumas horas por dia para partilharem da companhia de familiares e de amigos – além de si mesmos.

Texto de Tom Coelho, resumido – NG Canela – Outubro de 2013