A ponte

Post (0127)

Dois irmãos que moravam em fazendas vizinhas, separadas apenas por um riacho entraram em conflito. Foi a primeira grande desavença em toda uma vida de trabalho lado a lado. O que começou com um pequeno mal entendido, finalmente explodiu numa troca de palavras ríspidas, seguidas por um total silêncio.

Numa manhã, o irmão mais velho ouviu baterem na sua porta. Ao abri-la, notou um homem com uma caixa de ferramenta de carpinteiro na mão.
– Estou procurando trabalho, disse ele. Talvez você tenha algum serviço para mim.
– Sim, disse o fazendeiro. Vê aquela fazenda ali, além do riacho? É do meu vizinho. Na realidade do meu irmão mais novo. Nós brigamos e não posso mais suportá-lo. Vê aquela pilha de madeira ali no celeiro? Pois use para construir uma cerca bem alta.

-Acho que entendo a situação, disse o carpinteiro. Mostre-me onde estão a pá e os pregos.
O irmão mais velho entregou o material e foi para a cidade. O homem ficou ali cortando, medindo, trabalhando o dia inteiro. Quando chegou, não acreditou no que viu: Em vez de cerca, uma ponte foi construída ali, ligando as duas margens do riacho. Era um belo trabalho, mas o fazendeiro ficou enfurecido e falou:
– Você foi atrevido construindo essa ponte depois de tudo que lhe contei.
Mas as surpresas não pararam por aí. Ao olhar novamente para a ponte viu o seu irmão se aproximando de braços abertos. Por um instante permaneceu imóvel. O irmão mais novo então falou:
– Você realmente foi muito amigo construindo esta ponte mesmo depois do que aconteceu entre nós.
De repente, num só impulso, o irmão mais velho correu na direção do outro e abraçaram-se, no meio da ponte.
O carpinteiro que fez o trabalho pegou sua caixa de ferramentas.

-Espere, fique conosco! Tenho outros trabalhos para você.
E o carpinteiro respondeu:
– Eu adoraria, mas tenho outras pontes a construir…
Já pensou como as coisas seriam mais fáceis se parássemos de construir cercas e muros e passássemos a construir pontes. O que você está esperando? Comece agora!

Autor desconhecido – NG Canela – Novembro de 2010




O cavalo no poço

Post (0077)

– Um fazendeiro, que lutava com muitas dificuldades, possuía alguns cavalos para ajudar nos trabalhos em sua pequena fazenda. Um dia, seu capataz veio trazer a notícia de que um dos seus cavalos havia caído num velho poço abandonado. O fazendeiro foi rapidamente ao local do acidente, avaliou a situação, certificando-se de que o animal não se machucara, mas pela dificuldade e o alto custo de retirá-lo do fundo do poço, achou que não valeria a pena investir numa operação de resgate.
– Tomou então a difícil decisão:
– Determinou ao capataz que sacrificasse o animal, jogando terra no poço até enterrá-lo ali mesmo. E assim foi feito, os empregados, comandados pelo capataz começaram a jogar terra para dentro do buraco de forma a cobrir o cavalo.
– Mas à medida que a terra caía em seu dorso, o animal sacudia e ela ia se acumulando no fundo, possibilitando ao cavalo ir subindo.
– Logo, os homens perceberam que o cavalo não se deixava enterrar, mas ao contrário, estava subindo à medida que a terra enchia o poço, até que enfim, conseguiu sair.
– Sabendo do caso, o fazendeiro ficou muito satisfeito e o cavalo viveu ainda muitos anos servindo ao dono da fazenda.

Conclusão:

Se você estiver “lá embaixo”, sentindo-se pouco valorizado, quando, já certo de seu desaparecimento, os outros jogarem sobre você a terra da incompreensão, da falta de oportunidades e de apoio, lembre-se desse cavalo.
– Não aceite a terra que cai sobre você…
– Sacuda-a e suba sobre ela.
– E, quanto mais terra, mais você vai subindo…e aprendendo a sair do buraco…
– Pense nisso!

Texto de Lúcia Medeiros, exposto no Shopping Center de Recife em 14/11/1999 -NG Canela – Fevereiro de 2010