O poder da criação

“-Todos nós em algum momento da vida sentimos este poder, seja para criar algo que aos outros perece simples, seja criar algo que no final resulte em uma grande obra.
Vinha hoje no carro escutando música quando tocou esta , que tem tudo haver…

O Poder da Criação
Diogo Nogueira

Não, ninguém faz samba só porque prefere
Força nenhuma no mundo interfere
Sobre o poder da criação

Não, não precisa se estar nem feliz nem aflito
Nem se refugiar em lugar mais bonito
Em busca da inspiração

Não, ela é uma luz que chega de repente
Com a rapidez de uma estrela cadente
E acende a mente e o coração

É faz pensar que existe uma força maior que nos guia
Que está no ar
Vem no meio da noite ou no claro do dia

Chega a nos angustiar

E o poeta se deixa levar por essa magia
E um verso vem vindo e vem vindo uma melodia
E o povo começa a cantar lá laia

Lá lálaiá…lala…

Post (299) – Fevereiro de 2017




Balada Para Um Louco

Post (0044)

– Num dia desses ou, numa noite dessas você sai pela sua rua ou, pela sua cidade ou, sei lá, pela sua vida, quando de repente,por detrás de uma árvore, apareço eu!!!

– Mescla rara de penúltimo mendigo e primeiro astronauta a pôr os pés em Vênus.
– Meia melancia na cabeça, uma grossa meia em cada pé, as flores da camisa desenhadas na própria pele e uma bandeirinha de táxi livre em cada mão.

– Ah! Ah! Ah! Você ri… Você ri porquê só agora você me viu.
– Mas eu flerto com os manequins, o semáforo da esquina me abre três luzes celestes. E as rosas da florista estão apaixonadas por mim, juro, vem, vamos passear. E assim meio dançando, quase voando eu te ofereço uma bandeirinha e te digo:

– Já sei que já não sou, passei, passou. A lua nos espera nessa rua é só tentar.
– E um coro de astronautas, de anjos e crianças bailando ao meu redor, me chama: -“Vem voar.”

– Já sei que já não sou, passei, passou. Eu venho das calçadas que o tempo não guardou. E vendo-te tão triste, te pergunto: O que te falta? – Ah! Ah! Ah! Ah!

– Louco, louco, louco! Foi o que me disseram quando disse que te amei. Mas naveguei as águas puras dos teus olhos e com versos tão antigos, eu quebrei teu coração.– Ah! Ah! Ah! Ah!

– Louco, louco, louco, louco, louco! Como um acrobata demente saltei dentro do abismo do teu beijo até sentir que enlouqueci teu coração, e de tão livre, chorei.

– Vem voar comigo querida minha, entra na minha ilusão super-esporte, vamos correr pelos telhados com uma andorinha no motor. – Ah! Ah! Ah!
– Do Vietnã nos aplaudem: Viva! Viva! os loucos que inventaram o amor! E um anjo, o soldado e uma criança repetem a ciranda que eu já esqueci.
– Vem, eu te ofereço a multidão, rostos brilhando, sorrisos brincando.
– Que sou eu? – Sei lá, um… Um tonto, um santo, ou um canto a meia voz.

– Já sei que já não sou, nem sei quem sou. Abraça essa ternura de louco que há em mim. Derrete com teu beijo a pena de viver.
– Angústias, nunca mais!!! – Voar, enfim, voar!!!

– Ama-me como eu sou, passei, passou. Sepulta os teus amores vamos fugir, buscar, numa corrida louca o instante que passou, em busca do que foi!!! – Voar, enfim, voar!!! – Ah! Ah! Ah! Ah!… – Viva! viva os loucos!!! Viva! Viva! Os loucos que inventaram o amor!

Todos nós temos um pouco de louco, esta é a visão dos compositores: Astor Piazzolla e Horácio Ferres em uma canção interpretada por Moacyr Franco – NG Canela – Novembro 2009