A fábula do imbecil

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Diz-se que em uma cidade do interior, um grupo de pessoas se divertia com o idiota da cidade, um pobre infeliz de pouca inteligência, que vivia de fazer pequenos recados e receber esmolas.

Diariamente, alguns homens chamavam o idiota ao bar onde se reuniam e ofereciam uma escolha entre duas moedas: uma grande de 50 centavos e outra menor, mas de mais valor.

Ele sempre pegava a maior e menos valiosa, o que era uma fonte de risos para todos.

Um dia, alguém assistindo a brincadeira do grupo com o homem inocente, chamou-o de lado e perguntou se ele ainda não havia percebido que a maior moeda valia menos. Este respondeu:

– Eu sei… Vale à metade, mas o dia que eu escolher a outra menor a brincadeira acaba e não vou conquistar a minha moeda.

Esta história poderia acabar aqui, como uma simples brincadeira, mas você pode tirar várias conclusões:

– Quais eram os reais idiotas da história?

– Quem lhe parece idiota, nem sempre é;

– A ambição desmedida pode terminar a sua fonte de renda.

 – O verdadeiro homem inteligente é o que aparenta ser idiota perante um idiota que aparenta ser inteligente.

Texto de Roberto Fontanarrosa – NG Canela – Fevereiro de 2014




A rifa do burro

trêsmeninoseoburroPost (0247)

Certa vez três meninos, Amador, Edir e Renan foram ao campo e, por 100 Reais, compraram o burro de um velho camponês.
O homem combinou entregar-lhes o animal no dia seguinte.
Mas quando eles voltaram para levar o burro, o camponês lhes disse:
– Sinto muito, amigos, mas tenho uma má notícia. O burro morreu.
– Então devolva-nos o dinheiro!
– Não posso, já o gastei todo.
– Então, de qualquer forma, queremos o burro.
– E para que o querem? O que vão fazer com ele?
– Nós vamos rifá-lo.
– Estão loucos? Como vão rifar um burro morto?
– Obviamente não vamos dizer a ninguém que ele está morto.

Um mês depois, o camponês se encontrou novamente com os três garotos e lhes perguntou:
– E então, o que aconteceu com o burro?
– Como lhe dissemos, o rifamos. Vendemos 500 números a 2 Reais cada um, arrecadamos 1.000 Reais.
– E ninguém se queixou?
– Só o ganhador. Porém lhe devolvemos os 2 Reais e ficou tudo resolvido.

Os meninos cresceram e o primeiro fundou um banco, o segundo uma igreja e o último tornou-se senador.

NG Canela – Janeiro de 2013