O escritor honesto

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Compreender num texto bem escrito as intenções implícitas do escritor provoca em mim um imenso prazer intelectual diz Luciano Pires. Mas é preciso gostar de ler, ter curiosidade e prazer de pensar para transformar o exercício da leitura e interpretação em algo prazeroso e nutritivo.
Para nosso azar, dezenas de indicadores mostram que a maioria absoluta dos leitores no Brasil é composta “ventiras”. Mas preferi “merdades” que tem mais a ver. As merdades vivem do nonsense semântico, são ferramentas para convencimento de quem não consegue ligar causas com consequências. De quem não sabe pensar.

por incapazes. Basta uma frase entre aspas proferida por uma “autoridade”, mesmo que retirada do contexto; uma estatística elaborada por alguma entidade; uma sucessão de números torturados ou um rótulo estrategicamente repetido e pronto: da mentira brota uma “verdade”.

Ser capaz de detectar as merdades deveria ser a preocupação número um de quem lê, que precisa ser capaz de compreender o significado das palavras. É o que chamo de leitor capaz. E quem escreve deveria usar as palavras com honestidade, sabendo o que está escrevendo e deixando claro aonde quer chegar. É o escritor honesto. Admitindo que o escritor honesto tenha também conteúdo pertinente, teremos quatro composições possíveis:
[#]Escritor honesto + leitor capaz = mudam o mundo[/#]
[#]Escritor honesto + leitor incapaz = frustração[/#]
[#]Escritor desonesto + leitor capaz =  irrelevância[/#]
[#]Escritor desonesto + leitor incapaz = nonsense semântico[/#]
Basta ter dois neurônios para perceber a imensa quantidade de escritores desonestos oferecendo suas combinações de palavras para leitores incapazes através dos mais diversos meios de divulgação. São punguistas intelectuais fazendo a cabeça de leitores incapazes.
Pois é… Daquelas quatro combinações, apenas uma vale a pena: a que pode mudar o mundo.  Mas ela depende de gente que pensa e, portanto, é capaz de reconhecer os punguistas intelectuais.
Texto de Luciano Pires – NG Canela – Abril 2013



Régua de Cálculo

Post (0199)
regua-3-300x203– Uma Régua de cálculo é um aparato mecânico-analógico que permite a realização de cálculos por meio de réguas graduadas deslizantes. Antes de aparecerem às calculadoras e os computadores pessoais, eram usadas para fazer operações matemáticas.
– Como disse um amigo meu:
“- O vamos fazer com elas ? – Eu tenho várias, inclusive uma com 500 mm para cálculos com até 5 algarismos significativos, que tentei doar ao Museu de Tecnologia da PUC de Porto Alegre, mas desisti pela complicação. Eu já vi uma com 2000 mm numa empresa em S. Paulo na década de 70”.
 
– Nos que nascemos com 20 anos e de lá para cá já vivemos mais que trinta, tínhamos na régua de cálculo uma ferramenta de trabalho incrível. Ela nos dava status, da mesma forma que um estetoscópio o dá a um médico, quando tirava-mos a dita da pasta ou da gaveta, posicionarmos o cursor, deslocando a lingueta, fazendo aquela cara de “sabe tudo” e finalmente dizendo, por exemplo: – Certamente a estrutura vai aguentar 4570 kg. Era um momento de glória.
 
– A Régua de Cálculo foi criada pelo padre inglês William Oughtred em 1638, baseando-se na tábua de logaritmos que por sua vez que foi criada por John Napier pouco antes, em 1614.
– Apesar da semelhança com uma régua comum, a Régua de Cálculo é um dispositivo que não tem nada a ver com medição de pequenas distâncias ou desenhos de retas, ela serve para fazer cálculos, alguns bastante complexos.
– Quanto a precisão destes cálculos, elas não fornecem resultados exatos e sim aproximados que são aceitos como viáveis dentro de certas aplicações.
Assim, um cálculo como 345 x 442= ? É resolvido em poucos segundos, mas o máximo que será possível dizer é que o resultado esta bem próximo de 152.500, (Sendo o valor exato 152.490, neste caso).
 
– A régua de cálculo é a mãe das calculadoras eletrônicas modernas (Até mesmo porque os engenheiros que criaram as calculadoras eletrônicas provavelmente fizeram isso usando Réguas de Cálculo).
– Foi largamente usada até a década de 1970 quando foi então substituída pela calculadora eletrônica.
– Fica aqui o nosso tributo a esta que nos acompanhou por muitos anos.
Veja mais no Museu da calculadora.
http://museu.boselli.com.br/reguas%20abacos.htm
peter@peterowen.org.uk
Resultado de uma pesquisa em diversas fontes.
NG Canela – Setembro 2011