Relatividade

Post (0059)

Um Quociente apaixonou-se doidamente por uma Incógnita.

Olhou-a com seu olhar inumerável e viu-a da base ao ápice.
Uma figura ímpar de olhos rombóides, boca trapezoidal, corpo ortogonal e seios esferoidais. E fez da sua vida uma paralela à dela, até que se encontraram no Infinito.

– Quem tu és? Indagou ele, em sua ânsia radical.
– Sou a soma do quadrado dos catetos, mas podes me chamar Hipotenusa.
E ao se falarem descobriram que eram o que, em aritmética, corresponde a almas gêmeas: Primos-entre-si. E assim se amaram ao quadrado da velocidade da luz, numa sexta potenciação, traçando linhas retas, curvas, círculos e senoidais ao sabor do momento e da paixão.

Escandalizaram-se os ortodoxos das fórmulas euclidianas e os exegetas do universo finito. Romperam convenções newtonianas e pitagóricas e, enfim, resolveram somar-se, constituir um lar, mais que um lar, uma perpendicular.

Convidaram para padrinhos o Poliedro e a Bissetriz. Fizeram planos, equações e diagramas para o futuro, somados a uma felicidade integral e diferencial.

Casaram-se e tiveram uma secante e três cones muito engraçadinhos.
E foram felizes até àquele dia em que tudo, afinal, tende a se dividir.

Foi então que surgiu o Máximo Divisor Comum, frequentador de círculos concêntricos e viciosos. Ofereceu, a ela, uma grandeza absoluta e reduzindo-a a um denominador comum.

Ele, quociente, percebeu que com ela não formava mais um todo, uma unidade. Era o triângulo, chamado amoroso e desse problema ela era a fração mais ordinária. E como Einstein ao descobrir a Relatividade, tudo que era espúrio passou a ser normalidade, como, aliás, em qualquer teorema. CQD

Texto equacionado por um amigo  – NG Canela – Setembro de 2010.




O parafuso – Um Conto Tecnológico

Post (0046)

Algumas vezes é um erro julgar o valor de uma atividade simplesmente pelo tempo utilizado para realizá-la…
Um bom exemplo é o caso do técnico em informática que foi chamado a consertar um computador gigantesco e extremamente complexo… um computador que valia 12 milhões de dólares.
Sentado frente ao monitor, apertou umas teclas, balançou a cabeça, murmurou algo a si mesmo e desligou o aparelho.

Tirou de seu bolso uma pequena chave de fenda e girou uma volta e meia a um minúsculo parafuso.
A seguir, religou o computador e verificou o seu perfeito funcionamento.
O presidente da companhia mostrou-se encantado e se dispôs a pagar a conta imediatamente.
“Quanto é que lhe devo? “- perguntou.
“São mil dólares pelo serviço efetuado.”

-Mil dólares? Mil dólares por uns momentos de trabalho? Mil dólares por apertar um simples parafusinho? Eu sei que meu computador custa 12 milhões de dólares, mas mil dólares é uma quantidade brutal!
“Efetuarei seu pagamento desde que me envie uma fatura detalhada que justifique a sua cobrança”.

O técnico confirmou com a cabeça o pedido e se foi.

Na manhã seguinte, o presidente recebeu a fatura, a leu com cuidado, balançou a cabeça resolveu pagá-la no ato, sem pestanejar. A fatura dizia:

Detalhe dos serviços prestados
Apertar um parafuso……….. …. …. …. …. … 1 dólar
Saber qual parafuso apertar………….. ….. 999 dólares

Postado originalmente por Araguaci Carlos de Andrade em http://dicas.dicadedica.com – NG Canela – Dezembro de 2009