Por um mundo com menos reclamações

Se te perguntarem como você está, mesmo com tanta coisa indo mal, diga que está bem, sinta que está tudo bem até que o céu fique azul, até que a simplicidade do olhar dissolva seus problemas.
Quando te perguntarem como vai o amor, a saúde, os planos, as finanças, não pense no seu bolso, nos seus desenganos, nos seus medos, apenas diga e sinta que está tudo bem, sorria antes dos pensamentos virem vomitar os dilemas da sua vida.

 – Acredite ou não, isso é uma revolução!
– Reclamar demais faz mal à saúde e contamina tudo em volta.
– Reclamar demais pode ser um ato comodista.

Prefira aquelas pessoas que sempre sorriem e dizem que está tudo bem, apesar de todas as mazelas que as circundam. Ver o peso e as sombras da vida cotidianamente, reclamando e empurrando os dias com a barriga, sem fazer nada para mudar é uma atitude que gera energias negativas.

– Reclamar demais corrompe nossas mentes, nos tornamos seres rabugentos, sem cor, cansados, andando pela vida como se ela fosse um fardo.
– Reclamar um pouco de vez em quando é bom, desabafar é importante para desacumular o que ficou preso no corpo, chorar e xingar pode ser ótimo para acalmar o coração.

Mas reclamar demais, todos os dias, é um vício de alguém que não quer vasculhar o profundo de si mesmo, não está a fim de empreender grandes mudanças internas, fica nessa de regurgitar nos ouvidos alheios as mesmas chatices, as mesmas frases e histórias, fica nesse enredo manjado de falar mal da vida, de colocar a culpa em tudo e em todos. São pessoas que inventaram essa lente cinza de ver o mundo, e têm mania de nunca estarem satisfeitas, mas também não ousam fazer nada para mudar.

– É mais fácil reclamar, falar dos problemas do que encontrar e colocar em prática soluções.
– É mais fácil despejar nos outros as culpas e ficar na posição de vítima.
– É mais fácil dizer que a vida não tem sentido do que tentar mudar a estrutura do próprio pensamento e encontrar por aí belezas acessíveis.POR-UM-MUNDO
– É mais fácil se adaptar a uma realidade, se ajustar aos roteiros predestinados, do que ter criatividade e coragem para trilhar outros caminhos.

Texto de: Clara Baccarin  • Postado originalmente no site Flipboard em 31 de outubro de 2016

Post (300) – Fevereiro de 2017




Problemas simples, complicados e complexos

Em um documento sobre a reforma dos serviços de saúde canadense, os Drs. Sholom Glouberman e Brenda Zimmerman abordaram as diferenças entre os sistemas simples, complicados e complexos. Para ilustrar as suas diferenças, eles apresentaram um relato detalhado destes sistemas usando alguns exemplos:
Eles começam por ilustrar desta forma a distinção entre estes sistemas:

Problemas simples: são os encontrados durante o processo de assar um bolo de confeiteiro. O sucesso vem de seguir a receita.

Problemas complicados: são os encontrados em como enviar um foguete para a Lua.

Para facilitar eles poderiam ser divididos em uma série de problemas menores, mas isto não é sempre possível. O sucesso da solução depende muitas vezes de várias pessoas, várias equipes e de conhecimentos especializados, sendo que as dificuldades imprevistas serão freqüentes. E mais, cronogramas e coordenação acrescentam sérias preocupações.

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Problemas complexos: são os encontrados em como criar um filho.

Depois que você aprender como enviar um foguete à Lua, você pode repetir com outros foguetes, sempre aperfeiçoando o processo. Um foguete é basicamente como um outro foguete.
Os doutores apontam que não é assim com a criação e educação de uma criança. Cada criança é única e devemos entendê-la como um indivíduo.  A experiência adquirida em criar uma criança, não garante sucesso com a próxima. A experiência é valiosa, mas não é suficiente. A próxima criança pode exigir uma abordagem totalmente diferente da anterior. O que aponta para outra característica de problemas complexos – os seus resultados continuam altamente incertos.
No entanto, todos nós sabemos que é possível criar bem uma criança, mesmo que o processo seja complexo.
Uma característica importante dita por Glouberman e Zimmerman é que podemos abordar todos os três tipos de problemas com certo grau de otimismo, proporcionando um entendimento do problema que estamos tentando resolver.
Na teoria, dizem os especialistas de saúde que muitas vezes:

“Abordar implicitamente problemas complexos como complicados e, portanto, empregar soluções que são próprias ​​para as abordagens racionais, nos leva muitas vezes a soluções inadequadas porque negligenciamos muitos aspectos da complexidade.”

Para exemplificar lembraremos a velha piada sobre o bêbado que está tropeçando perto de um poste de luz. Ao ser perguntado o que está fazendo, responde que ele está procurando as chaves do carro.

“Oh, onde você acha que você as perdeu?”
“Abaixo do meu carro”, diz o bêbado.
“Então por que você está procurando por eles aqui, longe do seu carro?”
“É porque aqui a luz é melhor.”
Eles sugerem que isso é algo que devemos pensar:

A sofisticação dos nossos modelos, teorias e formulação dos problemas complicados, pode ser tão sedutora como a luz da luminária. Ela oferece uma melhor luz e clareza e ainda pode levar a investigações que estão mal direcionadas para lidar com sistemas complexos.
Glouberman e Zimmerman proporcionam uma lente de diagnóstico através do qual podemos ver o tipo de problema que estamos tentando resolver. Eles aplicaram esta lente no futuro do sistema de saúde canadense, tendo em conta as suas interdependências – sem uma clara compreensão nós deslocamos o problema de um sector para outro, sem resolvê-lo, dizem mais ainda:

“Determinar e perceber a natureza e a escala de um problema é uma abordagem útil para começar a enfrentar as tensões em um sistema e chegar a uma resposta apropriada.”

tabela-comparativa

 Leia mais em:
Complicated and Complex Systems:What Would Successful Reform of Medicare Look Like?

https://issuu.com/norbertogeraldi/docs/complicatedandcomplexsystems-zimmer

Post (291) – Outubro de 2016