“O que a memória ama, fica eterno”

– Quando jovem, não entendia o choro dos adultos ao assistir a um filme, ouvir uma música ou ler um livro. O que eu não sabia é que não choravam por coisas visíveis. Choravam pela eternidade que vivia dentro deles e que eu era incapaz de compreender. O tempo passou e hoje me emociono diante das mesmas coisas, tocadas por pequenos milagres do cotidiano.

– É que a memória é contrária ao tempo. Enquanto o tempo leva a vida embora como vento, a memória traz de volta o que realmente importa, eternizando cada momento. Jovens têm o tempo a seu favor e a memória ainda é muito recente. Para eles, um filme é só um filme; uma melodia, só uma melodia. Ignoram o quanto a vida é impregnada de eternidade.

– Com o tempo envelhecemos, nossos filhos crescem, outros partem. Porém, para a memória ainda somos jovens, atletas e amantes insaciáveis. Nossos filhos são crianças, nossos amigos estão pertos, nossos entes queridos ainda vivem.

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A arte de silenciar

A comunicação acontece de muitas formas, o ser humano é por excelência é um ser em contínua evolução. Cada lugar tem sua língua e muitos dialetos diferentes. Porém, o primeiro idioma que deveria se fazer presente é o silêncio. Só consegue falar bem quem aprende a arte de silenciar.  A partir do silêncio, as demais formas de comunicação alcançam expressão e eloquência.silêncio

O silêncio deveria ser a primeira linguagem a ser assinada na infância. Não se trata de calar a boca, mas de permitir um movimento interior, onde se aprende a intercalar o silêncio ao se agrupar fonemas e formar as palavras que compõem um diálogo, permitindo nestes intervalos de tempo escolher as palavras certas.

Valorizar o silêncio é abrir espaço para a essência, para inspirar e harmonizar a vida. Num tempo onde os desentendimentos se multiplicam pela falta de habilidade no uso das palavras, é ai que silêncio se faz necessário para devolver a harmonia e a serenidade.  As palavras em excesso cansam profundamente. O silêncio é capaz de reunir o melhor que cada um possui, além de multiplicar a paz.

Ser fluente no silêncio é uma habilidade que fará a diferença e permitirá significativas alegrias.

Que seus dias comessem por aquele silêncio que brota do coração e do desejoso de alcançar a paz. As palavras devem ser usadas sempre na quantidade certa, nunca em excesso. Isto vai tornar os seus ambientes mais saudáveis, seus relacionamentos mais intensos e suas comunicações mais profundas. Meditem.

Texto de: Frei Jaime Bettega, ligeiramente modificado.

Post (313) – Janeiro de 2018

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