Nada substitui a experiência

A Receita Federal convoca o velhinho que caiu na malha fina, para dar explicações sobre a origem de sua receita. O fiscal da Receita nem ficou surpreso quando o velhinho apareceu com seu advogado.
O auditor disse:
– Bem, senhor, você tem um estilo de vida extravagante e sem emprego o tempo todo, como você pode explicar, dizendo que ganha dinheiro no jogo. A Receita Federal não considera crível essa explicação. 
– “Mas eu sou um Grande jogador, e eu posso provar isso “, diz o velhinho. Que tal uma demonstração?
O auditor pensa por um momento e disse: 
– Ok … Vá em frente. 
O velhinho diz: 
– Eu aposto com você mil Reais que eu posso morder meus próprios olhos.
O auditor pensa um instante e diz: 
– Tá apostado. 
O velhinho tira o olho de vidro e morde. O queixo do auditor cai.
O velhinho diz: 
– Agora, eu aposto dois mil Reais que eu posso morder meu outro olho. 
Agora, o auditor, sabendo que o velhinho não é cego, topa a aposta.
O velhinho tira a dentadura e morde seu olho bom.
O auditor atordoado e nervoso, pois percebe que apostou e perdeu duas vezes, tendo o procurador do velhinho como testemunha. 
– Quer ir para o dobro ou nada? diz o velhinho. Aposto seis mil Reais que posso ficar em um lado da sua mesa, e fazer xixi na lixeira do outro lado e que não cairá nenhum pingo sobre a sua mesa.
O auditor, duas vezes queimado, é cauteloso agora, mas olha com atenção e decide que não há nenhuma possibilidade de ele fazer aquilo sem respingar sobre a mesa, então ele topa apostar de novo. >
O velhinho fica ao lado da mesa e abre sua calça, mas apesar de forçar poderosamente, não consegue fazer o fluxo da urina alcançar a lixeira do outro lado, então ele praticamente urina em toda mesa do auditor.
O auditor da saltos de alegria, percebendo que ele acabou de ganhar a aposta.Mas percebe que o advogado do velhinho estava aos gemidos e com a cabeça entre as mãos.
– Você está bem? O auditor pergunta ao advogado.
– Claro que não! Diz o advogado. Esta manhã, quando meu avô me disse que tinha sido convocado pela Receita Federal, ele apostou comigo vinte e cinco mil reais que viria aqui e faria xixi na mesa do fiscal e que ele ficaria feliz com isso!

Post (320) – Abril de 2020




“O que a memória ama, fica eterno”

– Quando
jovem, não entendia o choro dos adultos ao assistir a um filme, ouvir uma
música ou ler um livro. O que eu não sabia é que não choravam por coisas
visíveis. Choravam pela eternidade que vivia dentro deles e que eu era incapaz
de compreender. O tempo passou e hoje me emociono diante das mesmas coisas,
tocadas por pequenos milagres do cotidiano.


É que a memória é contrária ao tempo. Enquanto o tempo leva a vida embora como
vento, a memória traz de volta o que realmente importa, eternizando cada
momento. Jovens têm o tempo a seu favor e a memória ainda é muito recente. Para
eles, um filme é só um filme; uma melodia, só uma melodia. Ignoram o quanto a vida
é impregnada de eternidade.


Com o tempo envelhecemos, nossos filhos crescem, outros partem. Porém, para a
memória ainda somos jovens, atletas e amantes insaciáveis. Nossos filhos são
crianças, nossos amigos estão pertos, nossos entes queridos ainda vivem.




O que a memória ama, fica eterno. Quanto mais vivemos, mais eternidades criamos
e nos damos conta do que guardamos em nossos baús secretos. A memória é dada a
segredos recheados daquilo que amamos, que deixou saudades e permaneceu além do
tempo.


A capacidade de se emocionar vem daí, quando nossas memórias afloram de alguma
maneira. Um dia você liga o rádio e neste toca uma música qualquer, ninguém
nota, mas aquela música fez parte de você, foi o fundo musical de um amor, ou
de uma fossa e mesmo que tenham se passado anos, alguma parte de você volta no
tempo lembrando de uma pessoa, de um momento, de uma época…


Amigos verdadeiros têm a capacidade de se eternizar. É comum ver amigos da
juventude se reencontrando depois de anos, já adultos ou até idosos, portam-se como
adolescentes. Encontros de amigos são especiais por isso, resgatam quem fomos, jovens
cheios de alegria, capazes de atitudes infantis, como éramos há 50 anos ou mais.

Descobrimos
que o tempo não passa para a memória. Ela eterniza amigos, brincadeiras… Mesmo
que por fora restem apenas cabelos brancos e rugas.


A memória não permite que sejamos adultos para nossos pais. Eles não percebem
que crescemos, seremos sempre “as crianças”, não importa quantos anos
já se passaram. Para eles a lembrança da casa cheia, das brigas entre irmãos,
das estórias contadas… Ainda são muito recentes, aquilo se eternizou.


Por isso é tão difícil despedir-se de alguém especial que fez parte de nossas
vidas. Dizem que o tempo cura tudo, mas não é bem assim. Ele só acalma os
sentidos, apara as arestas e coloca um curativo na dor.


Aquilo que amamos sempre volta das profundezas a assombrar de vez em quando.
Somos a soma de nossos afetos, e aquilo que amamos pode ser facilmente
reativado pelo enredo de um filme, uma música antiga ou um lugar especial.

– E mesmo que o tempo nos leve daqui seremos eternamente lembrados por aqueles que um dia nós amamos.

 Este texto foi ligeiramente modificado, resumido do  original e está licenciada por Licença Creative Commons. Você pode copiar,   distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (Todos   os direitos reservados a Fabíola Simões de Brito Lopes  https://www.asomadetodosafetos.com/2012/07/o-que-a-memoria-ama-fica-eterno.html).      

A
frase do título é de Adélia Prado.

Post (319)
– Janeiro de 2019