O único animal

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O homem é o único animal que ri dos outros,
Que passa por outro e finge que não vê e
Que acha que Deus é parecido com ele.

Mas é o único …cartoon_do_luis_fernando_verissimo
que se veste,
que veste os outros,
que faz sexo escondido,
que senta e cruza as pernas,
que pensa que é eterno, sabendo que vai morrer,
que não tem uma linguagem comum a toda a espécie,
que se compara com os outros e
que faz leis e não as cumpre.

Não é o único que mata, mas é o único que manda matar,

Não é o único que voa, mas é o único que paga por isto.
Não é o único que engole sapos, nas é o único que não faz isso pelo valor nutritivo.

Não é o único que constrói uma casa, mas é o único que passa o resto da vida pagando.
Que trai, poliu e aterroriza, mas é o único que se justifica.

É o único não escolhe seus líderes entre os mais fortes e capazes.
É o único que escreve mesmo sabendo que na maioria das vezes não será lido.

Texto de Luiz Fernando Veríssimo, publicada em uma revista semanal em 12/11/1986, resumido – Maio de 2009 – NG Canela




Condições de exito

OFW
Oscar Wilde

Post (0004)

Evidentemente é assim:

– Todo efeito belo que produzimos nos proporciona um inimigo;
– Para ser popular e querido é indispensável ser uma mediocridade;
– Nada aflige mais os indivíduos do que a certeza da superioridade alheia.

E por ser assim é que:

– Somente aqueles cuja inteligência plana e opaca não faz sombra nem ofusca, é que são queridos e admirados;
– Para triunfar é preciso cultivar, com sutil sabedoria, a arte de ser medíocre.

De resto, o público, só se sente à vontade, quando ouve uma mediocridade. Para triunfar, deve-se ser prudente e modesto – Sua sabedoria, não deve humilhar ninguém.
É a única maneira de evitar ódios e despeitos. É por isso que os contemporâneos geralmente julgam tão mal os mestres do seu tempo. Ao ponto que a obra criativa de um homem só ser aceita e lembrada depois de sua morte. Por isso mesmo não devemos dar muita importância a critica imponderada.

Pois a verdade é esta:

Os mestres morrem na tarefa, sem nunca a concluir, na busca de algo que não tem nome e sem o qual, no entanto, nada seria empreendido na face da terra.

Fonte: Citações de Oscar Fingal O’Flahertie Wills Wilde, escritor irlandês – Maio de 2009 – NG Canela