Um recorte ao acaso

Post (0166)

Texto de W. Timothy Gallway, recortado por Paulo Coelho de um jornal que estava lendo num voo de Belgrado para Barcelona, segundo ele.

– Quando plantamos uma roseira, notamos que ela fica dormindo muito tempo no seio da terra, mas ninguém ousa criticá-la, dizendo: você não tem raízes profundas ou falta entusiasmo na sua relação com o campo. Ao contrário, nós a tratamos com paciência, água, e adubo.
– Quando a semente se transforma em muda, não passa pela cabeça de ninguém condená-la como frágil, imatura, incapaz de nos brindar imediatamente com as rosas que estamos esperando. Ao contrário, maravilhamo-nos com o processo do nascimento das folhas, seguido dos botões, e, no dia em que as flores aparecem, nosso coração se enche de alegria.
– Entretanto, a rosa é a rosa desde o momento em que colocamos a semente na terra, até o instante em que, passado seu período de esplendor, termina murchando e morrendo. A cada estágio que atravessa – semente, broto, botão, flor – expressa o melhor de si.

– Também nós, em nosso crescimento e constante mutação, passamos por vários estágios: vamos aprender a reconhecê-los, antes de criticar a lentidão de nossas mudanças.

A propósito: “plantei recentemente duas mudas de roseira em minha casa, as duas já deram a sua primeira rosa. (NG)”

NG Canela – Fevereiro de 2012



Os três sapos

Post (0138)

– Se existem três sapos numa folha, e um deles decide pular da folha para a água, quantos sapos restam na folha?
– A resposta certa é:
– Restam três sapos. Porque o sapo apenas decidiu pular. Ele não fez isso.
– Nos não somos como o sapo, muitas vezes? Que decide fazer isso, fazer aquilo, mas ao final acabamos não fazendo nada?
– Na vida, temos que tomar muitas decisões. Algumas fáceis; algumas difíceis. A maior parte dos erros que cometemos não se deve a decisões erradas. A maior parte dos erros se deve a indecisões. Temos que viver com a consequência das nossas decisões. E isto é arriscar. Tudo é ariscar.
– Rir é correr o risco de parecer um tolo. Chorar, é correr o risco de parecer sentimental. Abrir-se para alguém é arriscar envolvimento. Expor os sentimentos é arriscar a expor-se a si mesmo. Expor suas idéias e sonhos é arriscar-se a perdê-los. Amar é correr o risco de não ser amado.
– Viver é correr o risco de morrer. Ter esperanças é correr o risco de se decepcionar. Tentar é correr o risco de falhar. Os riscos precisam ser enfrentados, porque o maior fracasso da vida é não arriscar nada. A pessoa que não arrisca nada, não faz nada, não tem nada, é nada. Ela pode evitar o sofrimento e a dor, mas não aprende, não sente, não muda, não cresce ou vive. Presa à sua servidão, ela é uma escrava que teme a liberdade. Apenas quem arrisca é livre.
– O pessimista, queixa-se dos ventos. O otimista espera que mudem. O realista, ajusta as velas.
Texto de autor desconhecido – NG Canela – Fevereiro de 2012