O Caminho da Vida

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– O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos o extraviamos.
 
– A cobiça envenenou a alma dos homens… Levantou no mundo as muralhas do ódios… E tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e morticínio.
– Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria.
 
– Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.
 
– Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.

O Último discurso, do filme O Grande Ditador:

NG Canela – Outubro 2011

 




Desejos

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– Pois, desejo primeiro que você ame e que amando, também seja amado e que se não o for, seja breve em esquecer e esquecendo, não guarde mágoa.

– Desejo, pois, que não seja só, mas que se for, saiba ser sem desesperar.
– Desejo também que tenha amigos e que, mesmo maus e inconsequentes, sejam corajosos e fiéis, e que em pelo menos um deles você possa confiar, que confiando, não duvide de sua confiança.
– Desejo ainda que você tenha inimigos, nem muitos, nem poucos, mas na medida exata para que, algumas vezes, você se interpele a respeito de suas próprias certezas e que entre eles haja pelo menos um que seja justo, para que você não se sinta demasiadamente seguro.
– Desejo ainda que você seja tolerante, não com os que erram pouco, porque isso é fácil,mas com os que erram muito e que essa tolerância, não se transforme em aplauso nem em permissividade, para que assim fazendo um bom uso dela, você dê também um exemplo para os outros.

– Desejo que você, sendo jovem, não amadureça depressa demais e que sendo maduro, não insista em rejuvenescer e que sendo velho, não se dedique a desesperar. Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e é preciso deixar que eles escorram dentro de nós.

– Desejo que você seja triste, mas não o ano todo, nem em um mês e muito menos numa semana, mas apenas por um dia. Mas que nesse dia de tristeza, você descubra que o riso diário é bom, o riso habitual é insosso e o riso constante é insano.

– Desejo ainda que você afague um gato, que alimente um cão e ouça pelo menos um joão-de-barro erguer triunfante o seu canto matinal porque assim você se sentirá bem por nada.- Desejo também que você plante uma semente, por mais ridícula que seja, e acompanhe o seu crescimento dia-a-dia, para que você saiba de quantas vidas é feita uma árvore.

– Desejo que você tenha dinheiro, porque é preciso ser prático e que, pelo menos uma vez por ano, você ponha uma porção dele na sua frente e diga: “- Isso é meu”. Só para que fique bem claro quem é dono de quem.

– Desejo ainda que você seja frugal, não inteiramente frugal, não obcecadamente frugal, mas apenas usualmente frugal. Mas que esse frugalismo não impeça você de abusar quando o abuso se impõe.
– Desejo, por fim, que sendo mulher, você tenha um bom homem, e que sendo homem, tenha uma boa mulher e que se amem hoje, amanhã, depois, no dia seguinte, mais uma vez,
– E novamente, de agora até o próximo ano acabar,
– E que quando estiverem exaustos e sorridentes, ainda tenham amor para recomeçar. – E se isso só acontecer, não tenho mais nada para desejar.
Autoria de Sergio Jockymann, publicada em 1980 no Jornal Folha da Tarde, de Porto Alegre/RS – NG Canela – Outubro de 2011