O pão e a manteiga

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Nossa tendência é sempre acreditar na famosa “Lei de Murphy”:  “Se alguma coisa tem a mais remota chance de dar errado, certamente dará”. Eis uma interessante história a respeito:
Um homem tomava relaxadamente seu café da manhã. De repente, o pão onde acabara de passar manteiga caiu no chão.
Qual foi sua surpresa quando, ao olhar para baixo, viu que a parte onde tinha passado a manteiga estava virada para cima! O homem achou que tinha presenciado um milagre: animado, foi conversar com seus amigos sobre o ocorrido – e todos ficaram surpresos, porque o pão, quando cai no solo, sempre fica com a parte da manteiga virada para baixo, sujando tudo.
“Talvez você seja um santo”, disse um. “E está recebendo um sinal Divino”, disse outro.

A história logo correu na pequena aldeia, e todos se puseram a discutir animadamente o ocorrido: como é que, contrariando tudo o que se dizia, o pão daquele homem tinha caído no chão daquela maneira? Como ninguém conseguia encontrar uma resposta adequada, foram procurar um mestre que morava nas redondezas, e contaram a história.

O Mestre pediu uma noite para rezar, refletir, pedir inspiração Divina. No dia seguinte, todos foram até ele, ansiosos pela resposta.

“É uma solução muito simples”, disse o mestre. “Na verdade, o pão caiu no chão exatamente como devia cair; a manteiga é que havia sido passada no lado errado”.

Texto postado originalmente por Paulo Coelho – NG Canela – 16 Julho 2010

– Sempre existe a possibilidade de você estar certo. (NG).




Alma livre

Post (0105)

-A vida em sociedade desfigura nossa fisionomia original.

– Uma das coisas que define um grande homem de outro que apenas se deixa viver é a capacidade de estar além do que os outros pensam dele. – Passamos a maior parte do tempo colocando sob viés analítico atos e pensamentos que não coincidem com os nossos.

– Poucos de nós têm a coragem de se revelar como realmente somos.

– A vida em sociedade desfigura nossa fisionomia original. Acabamos quase sempre reagindo, não obedecendo às motivações de nossa alma. O olhar alheio incomoda, pressupõe um julgamento do que somos ou fazemos.

– A rebeldia em relação ao estabelecido cobra o seu preço.

– Padronizar é a ordem do dia. É com isso que o mercado conta: com a lista dos maiores e melhores e com a nossa preguiça em questionar essas pesquisas que determinam o que todos devem gostar ou repudiar. Acabamos nos acomodando ao senso comum.

– No entanto, a liberdade vai pelo caminho oposto. Manter esse olhar de distanciamento não só no tocante ao que sentimos, mas também ao que nos cerca, é o melhor antídoto para evitar a corrupção dos gostos pessoais.

– As coisas são o que são, sem precisar obedecer aos nossos anseios.

– Ficamos chocados quando os outros agem ou são diferentes de nós. Oprimidos por um eu que afunila e deforma essa visão, dificilmente percebemos que nada mais são do que manifestações de um mesmo desejo, um poema escrito em ordem diversa, mas ainda assim um poema.

– Desfazer-se dessa perspectiva limitadora é como atirar para o alto e para longe todas as ordens de comando que fomos recebendo desde que nascemos.

– Quase nada tem a importância e a gravidade que lhe atribuímos.

– Cada um faz o que pode no limite de sua capacidade.

– A crítica em excesso só destrói.

Sinto um grande cansaço quando me deparo com alguém descontente com tudo e com todos. A época em que vivemos não é melhor e nem pior que tantas outras. O que fazemos é usar ferramentas diferentes, mais sofisticadas para conduzir a nossa vida.

-Gostar exige mais de nós. Exige deixar de lado esse constante falatório que esteriliza as relações.

Texto de Gilmar Marcilio – Jornal Pioneiro de 27.06.2010 – Resumido – NG Canela – Julho de 2010